quarta-feira, 16 de julho de 2025

Pensar diferente não é apostasia — é coragem

Durante muito tempo, nos ensinaram que discordar era um ato de rebeldia. Que fazer perguntas demais era perigoso. Que pensar diferente era sinônimo de apostasia. E assim, sem que percebêssemos, a fé foi se tornando um campo minado onde o silêncio era segurança e o questionamento era crime.

Mas será mesmo que discordar da doutrina oficial é negar a fé? Ou será que é justamente o contrário?

Questionar não é abandonar a fé — é levá-la a sério.
Pensar diferente não é desrespeitar Deus — é recusar seguir homens cegamente.
É coragem. E coragem é virtude, não pecado.

A história da espiritualidade está repleta de vozes que, um dia, ousaram dizer “isso está errado”. Profetas, reformadores, pensadores — todos eles foram acusados de causar divisão, de ser pedra de tropeço, de “apostatar”. Mas no fundo, eles apenas estavam sendo fiéis à própria consciência, e não aos sistemas que tentavam silenciá-la.

O problema não está em pensar diferente.
O problema está em religiões que têm medo do pensamento livre.

Se uma verdade precisa ser protegida contra perguntas, será que ela é mesmo uma verdade?

Chamar de “apóstata” quem discorda da liderança é uma tática antiga: marginaliza o indivíduo e protege a estrutura. Assim, mantém-se o controle — não pela razão, mas pelo medo.

Mas o medo paralisa.
A coragem liberta.

Se você está vivendo esse momento — se percebe contradições, se carrega dúvidas, se se sente sufocado por regras que não fazem mais sentido — saiba: você não está errado por pensar. Você não está em pecado por questionar. Você está vivo, desperto, consciente.

E isso, dentro de estruturas que exigem obediência cega, é um ato de resistência. É um sinal de saúde espiritual.

Talvez chamem você de apóstata.
Mas se for por seguir sua consciência e buscar a verdade com sinceridade, então que te chamem.
Porque nesse caso, apostatar do controle é se reconectar com a liberdade.
E no fim das contas, é melhor estar de pé com a consciência em paz do que ajoelhado diante do medo.

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